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A Cor da Escrita

Páginas onde a ilustração e o desenho mancham de cor as letras nascidas em prosa ou em verso!

Páginas onde a ilustração e o desenho mancham de cor as letras nascidas em prosa ou em verso!

Leituras oferecidas

Contos I - Em Viagem

31.03.20, Olga Cardoso Pinto

Se a leitura é para si uma distração, um meio para se cultivar e se distanciar da rotina diária, aqui fica a minha sugestão para ler ou reler: Ponto a Ponto se Une um Conto. Uma série de três contos com ilustrações, da minha autoria, que disponibilizei gratuitamente aqui no blog, em 2019.

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Em Viagem

A rotina engole o prazer de desfrutar a vida, e nem damos conta que por vezes a vida já passou…
Neste conto a personagem principal veste a pele de um professor que está preso a uma rotina entediante entre casa, transporte público e trabalho. Mas, há um dia em particular, apesar da desoladora rotina, em que ele se sente diferente dando consigo a apreciar, da janela do metro, a paisagem que se lhe oferece calma e equilibrada da Natureza desabrochando para a primavera.
Fernando não se apercebe que está em trânsito numa viagem diferente. Experiencia várias sensações, admira-se até pela senhora idosa que lhe dirige a palavra, ao contrário dos outros passageiros que não interagem com ele.
A solidão pode isolar ou tornar um solitário em alguém falador, ávido por companhia para poder partilhar ideias, desabafos, conversar, comunicar! Fernando e Ana partilham conversas, confidências e solidão em viagens com destinos desconhecidos. Fernando irá para a escola onde dá aulas? Ana irá para onde? Desconhecemos o destino do professor, sabemos somente que anda de metro e é neste transporte que desvela a sua condição. Condição da qual ele desconhece, alheio à transição que se operou na sua vida. Será Ana quem o levará ao destino da viagem, será ela o seu guia para que Fernando encontre a paragem certa deste percurso a que está agarrado. Será ela a mentora da sua transformação, da tomada de consciência do seu novo eu, da sua evolução e liberdade para prosseguir o caminho certo?

Ler aqui o conto Em Viagem.

Boa leitura!

 

 

 

 

Bons livros

Autores Portugueses

30.03.20, Olga Cardoso Pinto

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Nestes tempos em que estamos mais por casa, nada como pormos a leitura em dia. Há bons livros atuais para deixarmos a nossa mente divagar um pouco, aprender e distrairmo-nos por umas horas. Do meu ponto de vista, precisamos de leituras boas, educativas e bonitas, esqueçamos leituras pesadas que nos remetam para a atual situação de pandemia, para tal temos muita informação a correr nos meios de comunicação. A nossa mente necessita de repouso e estas leituras permitem isso mesmo, um distanciamento para a ajudarmos a encontrar equilíbrio e sanidade, é assim com a música, a pintura e os trabalhos manuais para alguns.

Recomendo este livro de Camilo Castelo Branco, um dos meus autores favoritos: A Bruxa de Monte Córdova.

Este romance conta-nos a história de Angélica, uma rapariga considerada “a mais formosa da sua aldeia” a quem todos cortejam, que se apaixona e se vê envolvida numa relação proibida. Após a morte do seu amante, enfrenta solitariamente o estigma da exclusão social e da intriga. É uma história de amor trágico vivida em tempos conturbados. Não faltam ao enredo o fanatismo religioso, intrigas e o espicaçar do histerismo originando desta forma perturbação social.

Esta novela camiliana foi publicada em 1867 e decorre na guerra civil entre 1831 e 1834 entre liberais e constitucionalistas, absolutistas e tradicionalistas. Para quem gosta de uma bom enredo que se desenrola em tempos históricos e reais, é sem dúvida uma boa leitura.

Adquiri este livro há uns anos aquando da visita à casa-museu de Camilo em S. Miguel de Seide em Vila Nova de Famalicão, recomendo a sua visita quando finalmente pudermos sair de casa e recuperarmos os nossos passeios e evasões. Fica aqui a sugestão.

Encontram aqui a obra, no site da Wook . Boa leitura!

Fiquem bem 

Sob o Freixo eu me inspiro...

26.03.20, Olga Cardoso Pinto

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“Conheço um freixo chamado Yggdrasil, uma árvore imensa no meio da bruma branca, dela escorre o orvalho que cai nos vales. Firme, mantém-se sempre verde acima da sagrada fonte de Urdh.”
In “Võluspa” Poetic Edda

 

Imagem: ilustração para o conto Histórias de uma Árvore 

 

Inspiração...

Evasões

23.03.20, Olga Cardoso Pinto

Vai uma voltinha? 

Tenho este post preparado desde 17/01. Nunca imaginei que dois meses depois este post faria muito mais sentido. Uma voltinha sim, mas virtual. Viajemos através da música.

Apreciemos o video e a música, esperançando que em breve possamos viajar, passear e usufruir deste mundo que nos aguarda. 

Jesse Cook: Beyond Borders

 

Bem-vinda Primavera!

20.03.20, Olga Cardoso Pinto

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JARDIM PERDIDO


Jardim
em flor, jardim de impossessão,
Transbordante de imagens mas informe,
Em ti se dissolveu o mundo enorme,
Carregado de amor e solidão.
A verdura
das arvores ardia,
O vermelho das rosas transbordava
Alucinado cada ser subia
Num tumulto em que tudo germinava.
A luz trazia
em si a agitação
De paraísos, deuses e de infernos,
E os instantes em ti eram eternos
De possibilidades e suspensão.
Mas cada
gesto em ti se quebrou, denso
Dum gesto mais profundo em si contido,
Pois trazias em ti sempre suspenso
Outro jardim possível e perdido.

 

Sophia de Mello Breyner Andresen

 

Dia do Pai

Poema ao meu Companheiro

19.03.20, Olga Cardoso Pinto

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És a seiva que corre nesta árvore onde se fortaleceram os frutos,
das flores desabrochadas em tempo de Primavera
És o sangue, força, tempestade e doçura
Minha e sempre querida Quimera

És a raiz que me prende, que me entrelaça e segura,
num tempo por vezes incerto,
umas vezes feliz e quente
outras de aconchegante ternura

És de família, legítimo e espiritual
Homem, criador e educador
Amoroso, sincero e temperamental
PAI por vontade e por AMOR!

 

Obrigada por seres o Pai dos nossos filhos

Na lembrança e no coração, o meu querido Pai. Quanta saudade pela tua presença e pelas nossas conversas...

Também em memória pela avó Ana que celebrava hoje o seu aniversário, foi com ela que ganhei o gosto de contar histórias...

A todos os Pais presentes e em memória daqueles que estão no coração dos filhos e companheiras

 

Corona e a Grinalda de Esperança

12.03.20, Olga Cardoso Pinto

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Como uma entidade, que só é vista recorrendo a um microscópio especial, tem a capacidade de transformar as nossas vidas.
O termo vírus provém do latim que significa peçonha, veneno. Este veneno que nos invade e que se transformou numa pandemia. Este veneno que está a assombrar as nossas vidas modernas, e, no entanto, que nos une no mesmo objetivo, uma contradição num mundo cada vez mais de costas voltadas em atitudes, políticas e consciências.
Corona, de seu nome, tem também origem no latim que significa coroa, coroa real, coroa de flores, grinalda. Esta coroa que ameaça cada cidadão, cada país e continente que se transforme numa grinalda de solidariedade, responsabilidade e civismo, e não na coroa de flores de homenagem aos mortos. Com bom-senso pensemos em nós e em quem nos rodeia, na família, no trabalho, na escola, no desconhecido com quem partilhamos o transporte ou o local público. A Humanidade quer-se unida, responsável e solidária para vencer a peçonha, o veneno deste vírus que ameaça a nossa condição.
Terá acabado o tempo da cultura do Eu e iniciar-se-á a cultura do Nós?

 

Imagem: Grinalda de girassóis. Segundo a sabedoria popular, a flor do girassol significa felicidade e esperança. A cor amarela simboliza o calor, lealdade, entusiasmo e vitalidade, refletindo a energia positiva que emana do sol. 

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