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A Cor da Escrita

Páginas onde a ilustração e o desenho mancham de cor as letras nascidas em prosa ou em verso!

Páginas onde a ilustração e o desenho mancham de cor as letras nascidas em prosa ou em verso!

Inspiração

Skye - Clock to Stop

28.07.20, Olga Cardoso Pinto

clock.jpg

E o relógio gira, roda, vira o tempo que não é nosso...

 

Skye - Clock To Stop 
Album: Keeping Secrets

It's all good it's alright
Cut the strings to the kite
Send it flying

Who's to say
What this means
There's some truth
In between
Where we're lying
Here's to happiness
Caving in on us

And the clock on the wall
Says it's quarter past going too well
As you go round again
Half way to heaven
You do a one-eighty for hell
What goes up comes down again
Falling stumbling crawling out of love
Tell the clock on the wall to stop

It's all good it's okay
Something new
Thrown away in confusion

Now we know what this means
Things come clear after the dreams
And illusions
Here's to happiness
Caving in on us

And the clock on the wall
Says it's quarter past going too well
As you go round again
Half way to heaven
You do a one-eighty for hell
What goes up comes down again
Falling stumbling crawling out of love
Tell the clock on the wall to stop

And the clock on the wall
Says it's quarter past going too well
As you go round again
Half way to heaven
You do a one-eighty for hell
What goes up comes down again
Falling stumbling crawling out of love
Tell the clock on the wall to stop

When the clock on the wall
Says it's quarter past going too well
Will you go round again
Half way to heaven
You turn and head straight for hell
What goes up comes down again
Clock on the wall
It’s quarter past going too well
And it goes round again
Round again, round again, round again

Histórias Infantis ilustradas

O Caracol quer ver o Mar

23.07.20, Olga Cardoso Pinto

caracol caracolinho2.jpg

O Caracol quer ver o Mar

Caracol, caracolinho
No seu vagar vai andando
Deslizando pelo caminho
Sempre congeminando

Fantasia e divaga
Nesse seu lento caminhar
Ansiando por ver a vaga
Que se forma em alto mar

Nunca viu nada do mundo
A não ser a relva e chão
Mas bem lá no fundo
Vai acalentando a ilusão

...

Excerto da história infantil «O Caracol quer ver o Mar» por Olga Cardoso Pinto

 

Nascer todas as manhãs

15.07.20, Olga Cardoso Pinto

sistelo.JPG

Nascer Todas as Manhãs
«Apesar da idade, não me acostumar à vida. Vivê-la até ao derradeiro suspiro de credo na boca. Sempre pela primeira vez, com a mesma apetência, o mesmo espanto, a mesma aflição. Não consentir que ela se banalize nos sentidos e no entendimento. Esquecer em cada poente o do dia anterior. Saborear os frutos do quotidiano sem ter o gosto deles na memória. Nascer todas as manhãs.»

Miguel Torga, in "Diário" -1982

Foto: Sistelo - Arcos de Valdevez

 

Bonequinhos em biscuit

09.07.20, Olga Cardoso Pinto

bonequinha joana.JPG

O resultado é este quando o esboço em papel passa para uma bonequinha a três dimensões.

A bonequinha Juju foi feita em massa biscuit, também chamada de porcelana fria. Está sorridente, bem sentada numa gigante fatia de bolo de chocolate!

Esta é outra atividade que me dá muito gosto fazer: dar forma e cor a personagens que nascem inspiradas em pessoas, neste caso na minha amiguinha Joana.

 

A fonte que não o é

02.07.20, Olga Cardoso Pinto

Untitled design.png

A Fonte de Águas Santas que deu o nome à freguesia, na cidade da Maia.

Esta fonte milenar encontra-se esquecida nas traseiras do casario que brotou, ao longo dos tempos, em frente à Igreja de Nossa Senhora do Ó. A sua origem perdeu-se na névoa dos séculos, permanecendo, no entanto, a igreja de influências românicas e a lenda que a tornou conhecida. Porém, a atual fonte já nada tem da anterior nascente que foi uma referência na localidade, tanto para os habitantes como para os peregrinos que por ali passavam rumo a Santiago de Compostela. 

A construção da Igreja de Águas Santas ou de Nossa Senhora do Ó, no século XII, tem origem numa edificação antiquíssima de origem pagã, sobrevivendo ainda na parte sul o remanescente do antigo convento erigido em 974. A fonte já lá existia pois era a forma de aceder à nascente de água límpida para o antigo mosteiro.

O Dr. Joaquim Moutinho dos Santos, ilustre médico, escritor e humanista maiato, grande defensor da história da sua Maia, referiu nos seus escritos Impressões históricas, geograficas e outras variedades da freguezia de  Aguas Santas de 1871e é transcrito por António Arroio no seu livro «Singularidades da Minha Terra» em 1897, sobre o que fora esta fonte:

«fonte de abobada oval em toda a sua amplitude, hermeticamente fechada, dando apenas entrada aos aljôfares de puríssima água que borbulhava do fundo, a qual estava situada no sopé do Mosteiro e, poucos anos antes, havia» sido deslocada do seu leito e transformada em uma cisterna lodosa e despojada de suas águas perennes, a ponto de seccar em tempos áridos, «destruição sacrilega esta que é o assassinato mais estúpido que encontramos na meditação da nossa historia e não podemos por elle deixar de responsabilisar a memória do parocho que então presidiu a tal offensa!»

Toda a região é rica em história. Ali perto existem as ruínas de um antigo castelo, embora não comprovado, terá sido um dos bastiões de Gonçalo Mendes da Maia. O rio Leça corre ligeiro num sinuoso caminho bordejado pelos esqueletos decrépitos de antigos moinhos. Há tanto para ver e conhecer...

As fotos da fonte datam de finais do ano passado, recentemente fui lá e encontra-se quase coberta de vegetação, embora não sendo a original pois muito foi alterada para servir a rega dos campos, dá dó vê-la ali esquecida, remetida para uma insignificância nada merecida.

Pesa-me o esquecimento e algum abandono das memórias desta terra magnífica, enfeitada por campos e solo fértil, de nascentes que correm para ribeirões onde já existiram imensos peixes que enriqueciam as mesas dos maiatos. A lavoura era a subsistência das gentes e também o vinho, o linho e os tamancos. A ruralidade ainda hoje é evidente, mas a história do berço do glorioso Gonçalo está apagado, indelével na paisagem e em monumentos que se vão aninhando nas ervas, nos escombros do esquecimento.