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A Cor da Escrita

Páginas onde a ilustração e o desenho mancham de cor as letras nascidas em prosa ou em verso!

Páginas onde a ilustração e o desenho mancham de cor as letras nascidas em prosa ou em verso!

Fotos do meu álbum

28.03.22, Olga Cardoso Pinto

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O que escondem os caminhos sem gente nem civilização?

Escondem histórias, revelam fugas...como levanta voo a imaginação!

O que escondem as longas veredas ocultas entre a folhagem?

Escondem mistérios, revelam sonhos, talvez, quem sabe, muitas miragens...

 

 

Dia Mundial da Poesia

21.03.22, Olga Cardoso Pinto

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Daqui eu parto para muitos mundos, sem saber se voltarei

Guarda para a minha chegada uma saudade

Dá-lhe viço, alimenta-a, trá-la bem juntinho ao coração

Se eu voltar, com ela semearei a vida contigo

 

Foto: Casuarinas, vista para o rio Cávado, Esposende.

 

Pai para sempre

19.03.22, Olga Cardoso Pinto

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Um Homem chamado Pai,

Antes de ser chamado pelo seu nome pela criança que, embora não seja do seu ventre, é do seu coração, uma parte do seu ser, do seu sangue, carne e espírito, o seu legado para o futuro, a vida intensa do presente.

Um Homem chamado Pai, de nome José, Jorge, Miguel e muitos nomes que enchem de amor, alegrias e saudades de filhos e filhas. 

Um Homem chamado Pai, Papá, Daddy, Père... em tantas línguas por todo o Mundo e até no Céu.

Coldplay: Daddy

 

O que separa também une

18.03.22, Olga Cardoso Pinto

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Uma ponte

Uma ponte atravessa o caminho. Liga dois lados, dois caminhos, vários trajetos.
Uma ponte permite-nos transpor para o outro lado sem perder de vista de onde viemos.
Uma ponte permite atravessar um rio, um fosso, um hiato de espaço e tempo.
Uma ponte pode ser física, imaginária, sentimental.
Uma ponte pode ser gente, um coração e uma vontade.

 

 

Tears for Fears: Rivers of Mercy

 

 

Projetos com carinho

Fadas e Fadinhas

17.03.22, Olga Cardoso Pinto

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AS FADAS

As fadas… eu creio nelas!
Umas são moças e belas,
Outras, velhas de pasmar…
Umas vivem nos rochedos,
Outras, pelos arvoredos,
Outras, à beira do mar…

Algumas em fonte fria
Escondem-se, enquanto é dia,
Saem só ao escurecer…
Outras, debaixo da terra,
Nas grutas verdes da serra,
É que se vão esconder…

O vestir… são tais riquezas,
Que rainhas, nem princesas
Nenhuma assim se vestiu!
Porque as riquezas das fadas
São sabidas, celebradas
Por toda a gente que as viu…

Quando a noite é clara e amena
E a lua vai mais serena,
Qualquer as pode espreitar,
Fazendo rodas, ocupadas
Em dobar suas meadas
De ouro e de prata, ao luar.

O luar é os seus amores!
Sentadinhas entre as flores
Horas se ficam sem fim,
Cantando suas cantigas,
Fiando suas estrigas,
Em roca de oiro e marfim.

Eu sei os nomes de algumas:
Viviana ama as espumas
Das ondas nos areais,
Vive junto ao mar, sozinha,
Mas costuma ser madrinha
Nos batizados reais.

Morgana é muito enganosa;
Às vezes, moça e formosa,
E outras, velha, a rir, a rir…
Ora festiva, ora grave,
E voa como uma ave,
Se a gente lhe quer bulir.

Que direi de Melusina?
De Titânia, a pequenina,
Que dorme sobre um jasmim?
De cem outras, cuja glória
Enche as páginas da história
Dos reinos de el-rei Merlin?

Umas têm mando nos ares;
Outras, na terra, nos mares;
E todas trazem na mão
Aquela vara famosa,
A vara maravilhosa,
A varinha de condão.

O que elas querem, num pronto,
Fez-se ali! Parece um conto…
Mesmo de fadas… eu sei!
São condões que dão à gente,
Ou dinheiro reluzente
Ou joias, que nem um rei!

A mais pobre criancinha
Se quis ser sua madrinha,
Uma fada… ai, que feliz!
São palácios, num momento…
Beleza, que é um portento…
Riqueza, que nem se diz…

Ou então, prendas, talento,
Ciência, discernimento,
Graças, chiste, discrição…
Vê-se o pobre inocentinho
Feito um sábio, um adivinho,
Que aos mais sábios vai à mão!

Mas, com tudo isto, as fadas
São muito desconfiadas;
Quem as vê não há-de rir.
Querem elas que as respeitem,
E não gostam que as espreitem,
Nem se lhes há-de mentir.

Quem as ofende… Cautela!
A mais risonha, a mais bela,
Torna-se logo tão má,
Tão cruel, tão vingativa!
É inimiga agressiva,
É serpente que ali está!

E têm vinganças terríveis!
Semeiam coisas horríveis,
Que nascem logo no chão…
Línguas de fogo que estalam!
Sapos com asas que falam!
Um anão preto! Um dragão!

Ou deitam sortes na gente…
O nariz faz-se serpente,
A dar pulos, a crescer…
É-se morcego ou veado…
E anda-se assim encantado,
Enquanto a fada quiser!

Por isso quem por estradas
For, de noite, e vir as fadas
Nos altos mirando o céu,
Deve com jeito falar-lhes
Muito cortez e tirar-lhes
Até ao chão o chapéu.

Porque a fortuna da gente
Está às vezes somente
Numa palavra que diz;
Por uma palavra, engraça
Uma fada com quem passa,
E torna-o logo feliz.

Quantas vezes já deitado,
Mas sem sono, inda acordado
Me ponho a considerar
Que condão eu pediria,
Se uma fada, um belo dia,
Me quisesse a mim fadar…

O que seria? Um tesouro?
Um reino? Um vestido de ouro?
Ou um leito de marfim?
Ou um palácio encantado,
Com seu lago prateado
E com pavões no jardim?

Ou podia, se eu quisesse,
Pedir também que me desse
Um condão, para falar
A língua dos passarinhos,
Que conversam nos seus ninhos…
Ou então, saber voar!

Oh, se esta noite sonhando,
Alguma fada, engraçando
Comigo (podia ser!)
Me tocasse da varinha,
E fosse minha madrinha
Mesmo a dormir, sem a ver…

E que amanhã acordasse
E me achasse...eu sei? Me achasse
Feito um príncipe, um emir!…
Até já, imaginando,
Se estão meus olhos fechando…
Deixa-me já, já dormir!

 

Antero de Quental

 

Este longo e belíssimo poema sobre as Fadas, de Antero de Quental, inspirou-me desde a infância a desenhar as fadas e o seu mundo mágico, espicaçando-me a criatividade para contar histórias através da ilustração. Hoje, ainda continuo na senda de tentar recriar o seu mundo de fantasia, no qual a maioria das crianças gosta também de visitar.

 

 

Histórias reais

15.03.22, Olga Cardoso Pinto

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"Joaquim e Rosário tinham um filho que partira para a guerra. Numa mão levara a espingarda e na outra o cavaquinho e não voltara, ficara por lá, na Flandres como muitos da 4ª Infantaria, a valente Brigada do Minho. Certamente, morto num campo verde de esperança na vitória e manchado de sangue dos heróis, filhos de homens e mulheres que não sabem o que é a guerra, somente o que é a batalha da sobrevivência na labuta do amanhar a terra, do pastorear o gado, da expectativa da colheita e no recomeço de um novo dia.
Tal como a aldeia, também eles, foram poupados da pestilência da pneumónica que roubou a vida a tantas famílias na cidade e aldeias vizinhas. Poupados para chorarem a dor, a morte sem corpo daquele filho gerado em amor e cuidados. Resilientes, lá se recompuseram e de mãos dadas e corações ainda mais unidos, voltaram às rotinas do dia-a-dia."

 

Excerto do conto "O Segredo da Velha Casa" por Olga Cardoso Pinto

 

 

O ponto de inflexão

11.03.22, Olga Cardoso Pinto

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Há momentos da nossa vida em que somos forçados ou incentivados a mudar, por nossa vontade ou por vontade alheia. Existe sempre um ponto, neste percurso do nosso caminho, em que a alteração de comportamento, atitudes e ideias exigem que mudemos sob pena do percurso ser o errado. Em matemática este ponto chama-se Ponto de Inflexão. Assim como a matemática, a vida também tem o seu ponto de inflexão, o ponto da mudança, da melhoria, do retrocesso, do salto para a evolução ou o seu contrário. Assim espero, assim anseio, pelo nosso futuro, dos nossos filhos e netos, que haja um ponto de inflexão em crescendo de otimismo, felicidade e esperança, motivado por boas escolhas e atitudes.

 

Tears For Fears: The Tipping Point

 

 

Filosofias...de vida

09.03.22, Olga Cardoso Pinto

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"- Se tivesses de escolher entre o riso da criança e o cantar da ave, qual deles escolherias?

- Ambos são uma consequência...

- Pois são. Mas qual escolherias?

- Os dois...

- Porquê?

- Escolheria ambos, porque são o futuro um do outro."

 

Imagem: iStock.com/Kangah

 

Feliz Citação

07.03.22, Olga Cardoso Pinto

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"A única revolução realmente digna de tal nome seria a revolução da paz, aquela que transformaria o homem treinado para a guerra em homem educado para a paz porque pela paz haveria sido educado. Essa, sim, seria a grande revolução mental, e portanto cultural, da Humanidade. Esse seria, finalmente, o tão falado homem novo."

José Saramago