Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

A Cor da Escrita

Páginas onde a ilustração e o desenho mancham de cor as letras nascidas em prosa ou em verso!

Páginas onde a ilustração e o desenho mancham de cor as letras nascidas em prosa ou em verso!

Dia Mundial da Terra

22.04.22, Olga Cardoso Pinto

balkan-anemone

Hoje é o Dia Mundial da Terra, o nosso Lar.

Como celebrar se há quem sofra por ter nascido num país invadido, despojado da sua dignidade, vida e esperança? A nossa Casa está em risco, não só pelos atentados que fazemos há anos ao nosso clima, às diferentes espécies que aqui coabitam connosco, ao equilíbrio de todo o ecossistema ao qual pertencemos, mas também pelas atrocidades que se cometem contra outros homens, mulheres e crianças só por terem nascido num país, numa cultura ou religião que não são tolerados por quem acha deter a força e o poder de os erradicar. 

Haja Paz, Dignidade e Respeito pela Humanidade, senhores da guerra. Senhores de poder, que pensam ter-vos sido entregue por algo maior que a vossa vergonha e desrespeito pela condição de quem é livre e feliz, e quem tem sim, o maior e lato direito que o vosso poder bélico - o direito à Vida, à sua Independência e Felicidade.

 

 

Simplicidades escondidas

06.04.22, Olga Cardoso Pinto

IMG_4505.jpg

Uma pequena aldeia aninhada entre imponentes fragas, abeira-se discretamente sobre a cidade, mira-a do alto, plena de vistas soberbas para as serras, para os campos e para tanto céu!

A subida é a custo, sob o sol quente de uma Primavera que surge tímida. Mas o caminho secreto, escondido daqueles que ali não pertencem, heis que subitamente se abre para nós. Uma rajada de vento desvia as sebes e o pequeno arvoredo que lhe esconde o acesso. Sentimo-nos os eleitos! Temos permissão para o calcorrear, para desvendar os seus segredos, para conhecer e desfrutar das riquezas ali escondidas...

Caminha-se em silêncio, só ouvimos o restolhar dos nossos passos sobre as folhas e os gravetos secos que alcatifam os caminhos e o cantar das aves. Ah, as aves! Que melodias nos dedicam, que trinados belos orquestram! Sobre nós, além dos pássaros, também as jovens folhas tenras e verdejantes vão enfeitando generosamente as copas das ansiãs árvores, renovam-se a cada vai e vem das estações. Roubam-nos a atenção, obrigando-nos a estancar para apreciarmos de nariz no ar, em jeito de contemplação, o bonito recortado de luz e sombras que brinca com os jovens rebentos sedentos de atenção.

Um perfume singelo e natural paira no ar. Um misto de erva fresca, de laranjas aquecidas ao sol da tarde, a terra fértil, a gado e água fresca. Lá longe corre esse líquido que permite que esta terra seja sã e fecunda, permite que aqui nasçam esperança e sonhos, muitos sonhos.

O caminho está a terminar. Recebe-nos um idoso carvalho que se inclina, despedindo-se num breve adeus para quem sai deste lugar, desta vereda misteriosa, escondida para quem não aprecia as simplicidades do campo e da natureza. E o caminho vai findando, tornando-se mendinho quase um fio de seda, com pena minha. Num relance, volto-me para trás e num gesto rápido apanho-lhe a ponta e ato-a a uma madeixa dos meus cabelos, assim saberei voltar e encontrá-lo. Sim, voltarei muitas e infinitas vezes. Até breve!

 

 

Inspiração

Flores especiais

04.04.22, Olga Cardoso Pinto

IMG_4518.jpg

Os jarros dos campos já floriram. Ao longo dos caminhos húmidos e ensombrados, somos presenteados por estas singelas e belas flores - os jarros brancos. Pela sua cor e aparência são conotados com a paz e tranquilidade, com a pureza e iluminação espiritual. A sua graciosidade inspira artistas de todos os tempos, em especial as flores nascidas espontaneamente por tantos lugares deste mundo.

Que os jarros nos inspirem e iluminem para dias de serenidade e paz duradoura.