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A Cor da Escrita

Páginas onde a ilustração e o desenho mancham de cor as letras nascidas em prosa ou em verso!

Páginas onde a ilustração e o desenho mancham de cor as letras nascidas em prosa ou em verso!

De retorno ao Mar

27.03.23, Olga Cardoso Pinto

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De retorno ao Mar, para te ouvir, para te respirar, para me inspirar

Neste retorno constante como as ondas, num renovar de energias, num voltar ao ponto de partida, num regresso anunciado

De retorno ao Mar de onde parti e continuo a tornar...

 

 

Para inspirar a uma boa semana: HAEVN - Not Holding Back

 

Primavera

24.03.23, Olga Cardoso Pinto

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Primavera vens colorida de sol e de flores, das melodias das aves que invadem os céus, trinando os dias que crescem de luz. 

Senhora da Natureza que desperta e se espreguiça na languidez dos perfumes, dos rebentos que cobrem as árvores. A vida volta a florir e respira fundo para mais uma renovação.

 

Imagem: aguarela sobre papel representando a Primavera

 

 

Porque hoje é o Dia Mundial da Água

22.03.23, Olga Cardoso Pinto

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A “fonte milagrosa” da quinta ficara resguardada no seu silêncio subterrâneo, em paredes rochosas e frescas. Agora, raramente era visitada. Nenhuma alma deste mundo bebia do seu líquido, tocava no seu granito ou percorria as suas lajes. (...) mas Eva sentiu... sentiu aquela necessidade, como um chamamento. Esquecera os dias em que ali ficara aprisionada. Agora sentia que deveria levar a sua menina e dá-la a conhecer àquele lugar mágico.
Desceram os degraus com cautela, embora Diara já soubesse andar, ainda tinha um passinho titubeante e os degraus eram altos demais para as suas pequenas pernas. Eva levou-a ao colo. Ao entrar no acesso à câmara onde estava a fonte, estancou à entrada. Ao sentir o odor da humidade e o som da água foi levada momentaneamente para o tempo em que estivera ali fechada. Avançou lentamente, acendeu a lanterna, sentiu um arrepio e seguidamente o perfume adocicado de flores. Estremeceu e encostou a filha mais ao seu peito. A pequenina estendendo a mão para a fonte pediu para beber. Ela encaminhou-se e pondo a mão em concha deu água a Diara que a sorveu satisfeita dizendo:
− Mamã, é “fesquinha”! – Eva sorriu ao ouvir o eco da voz da criança. Bebeu também um pouco e sentiu o líquido frio a percorrer a sua garganta.
Pousou-a no chão e a pequena, ligeira, dirigiu-se à porta com as pedras talhadas e tocou nos símbolos representados. Eva sentiu um aperto no peito, esta sensação já a acompanhava há bastante tempo, tinha dificuldade em respirar. Um murmurar junto ao ouvido fê-la sentir-se tonta, encostou-se à parede, cerrou os olhos e fez por concentrar-se nos batimentos cardíacos, tentou respirar fundo, mas doía-lhe demais! Ajoelhou-se e a pequenina ao vê-la assim foi ao seu encontro e colocou as pequenas mãozinhas na sua cabeça e disse-lhe:
− “Ponto”, já passou! – e abraçou a mãe.
Eva levantou-se com dificuldade, decidida a completar o que ali fora fazer. Tirou do bolso uma pequena vela e acendeu-a, colocando-a junto à fonte. Deu a mão a Diara e dirigiram-se à saída, olhou para trás e pareceu-lhe ver uma figura feminina de forma indefinida, talvez fosse o fumo da vela, pensou, e saiu apressadamente com a criança.

 

Excerto do romance  Aqua Mater - Mãe d'Água por Olga Cardoso Pinto

Sinopse

O Mundo como o conhecemos, acabou.
Num tempo em que Água Potável está a desaparecer e as graves alterações climáticas trazem à Humanidade o perigo da sua própria extinção, há uma nova ordem com um Governo Mundial, as populações são monitorizadas, o paradigma da civilização é posto em causa... será que é possível ao Amor prevalecer?
Um romance de amor e sobrevivência, onde a Vila é um oásis num mundo em convulsão. Quando a água escasseia, a Vila parece florescer com a sua abundância... como é isto possível? Será que há um segredo muito bem guardado?
Eva, a personagem central deste enredo, deixa-nos entrar na sua família e leva-nos numa estória contada numa cadência que se vai adensando até um final inesperado.

 

 

Há Poesia no ar

21.03.23, Olga Cardoso Pinto

  

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🤍

Há Poesia no ar. Esvoaça alegre por aí, em todos os recantos do mundo.

As rimas colhem-se aos molhos, acabadas de brotar em campos imensos de palavras ditas e escritas.

Os versos, atirados ao vento, são levados a rodopiar numa métrica primaveril, caindo aqui e ali em solo fértil e regado de poetas.

Cada estrofe enche-se de cor, primeiro em botão e depois em flor. Abre-se para todos a escutarem e deliciarem-se com o doce das palavras.

O ritmo, melodioso, é compassado e sonoro, espalhado pela brisa amena das manhãs, eleva-se fulgurante num magnífico crescendo.

A Poesia espreguiça-se e esvoaça, cobrindo o céu anil de mil cores e formas. Depois, encontra o mais aconchegado lugar, poisa feliz e enrosca-se, fazendo de si ninho para a língua Portuguesa.

 

Foto: Nuno Pinto

 

Viagens

16.03.23, Olga Cardoso Pinto

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Há locais que aguardam serem visitados independentemente da devoção. Atraem-nos, cativam-nos as sensações. Ficamos absortos naquele limbo que entremeia a realidade em que nos deslocamos e um espaço temporal em que os fios das épocas se tocam, fazendo tinir cada fibra do nosso corpo mortal.

A luz que emana destes locais é inexplicável, coada pela neblina produzida pelas velas e incensos, convidam-nos a transpor uma das portas, seja ela do conhecimento, da descoberta ou da fé. Fiquei ali, em plena contemplação do seu simbolismo, em viagem, cativa das cores, da luz, dos odores, do recolhimento em plena devoção da obra humana que se dilui na fé, construída nos alicerces de um caminho nascido pagão.

 

⚜⚜⚜

 

Se for à Catedral de Santiago de Compostela, não deixe de visitar esta capela ao Peregrino, deixe-se ficar um tempo, aprecie cada ornamento, descubra-a, ela falará consigo através da arquitetura, dos elementos decorativos e da aura que o envolverá quando se deixar cativar por esse diálogo interior.

 

Preparativos...

15.03.23, Olga Cardoso Pinto

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Esta malta está em estágio, prepara-se para grandes viagens...aos corações, às mentes e à imaginação dos pequenos GRANDES leitores que os aguardam para uma imensa Aventura!

Até breve!

 

Ponte

14.03.23, Olga Cardoso Pinto

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Entre mim e a vida há uma ponte partida
Só os meus sonhos passam por ela...
Às vezes na aragem vêm de outra margem
Aromas a uma realidade bela;

Mas só sonhando atravesso o brando
Rio e me encontro a viver e a crer...
Se olho bem, vejo — pobre do desejo! —
Partida a ponte para Viver.

E então memoro num choro
Uma vida inteira que nunca tive
Em que era inteira a ponte inteira
E eu podia ir para onde se vive

E então me invade uma saudade
Dum misterioso passado meu
Em que houvesse tido um outro sentido
Que me falta p’ra ser, não sei como...eu...


Fernando Pessoa in Poesia 1902-1917

 

Dia Internacional da Mulher

08.03.23, Olga Cardoso Pinto

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"Atualmente, a sucessão de várias crises, desde a Guerra na Ucrânia à emergência climática, afeta em primeiro lugar de forma mais dura as mulheres e as meninas. E como resultado do retrocesso mundial da democracia, os direitos das mulheres sobre os seus corpos e sobre a autonomia das suas vidas estão a ser questionados e negados".

(...) "A cada 10 minutos, uma mulher ou menina é assassinada por um membro da família ou por um parceiro íntimo" e "a cada dois minutos, uma mulher morre durante a gravidez ou parto".

 

António Guterres - Secretário-geral da ONU, in artigo de opinião para o Jornal Público, 8/3/23

Ler o artigo, no Jornal Público

 

A Fada das Flores

03.03.23, Olga Cardoso Pinto

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A Diti a inspirar-me neste final de semana. A minha pequenina Fada das Flores!

Na altura em que fiz a ilustração original, ainda era muito pequenina, nem um ano tinha. Agora está uma faladora, aprecia desenhar e pintar as unhas! Gosta de telefonar à avó Olga e contar as brincadeiras que faz...É uma alegria imensa vê-la a crescer!

 

 

Uma porta para o céu

02.03.23, Olga Cardoso Pinto

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Como será a porta para o céu? Haverá mais que uma?

Para mim, haverá muitas portas...esta será certamente uma delas. Esta não é bem uma porta, pois deixa entrever o que está para lá, o que nos espera imediatamente quando a transpusermos. Revela-nos a promessa de bem, de boas sensações, de termos chegado ao destino certo. Ora, então não é uma das portas para o céu? E que destino me aguardará se avançar? 

 

Foto: Aldeia de Santo António de Mixões da Serra - Valdreu - Vila Verde

 

Para apreciar: Nuvole Bianche de Ludovico Einaudi com Mercan Dede

 

 

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