Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

A Cor da Escrita

Páginas onde a ilustração e o desenho mancham de cor as letras nascidas em prosa ou em verso!

Páginas onde a ilustração e o desenho mancham de cor as letras nascidas em prosa ou em verso!

Atividades artísticas

31.10.23, Olga Cardoso Pinto

🎨

A exposição anual dos Sócios da Árvore - Cooperativa de Actividades Artísticas -  está aberta também aos sábados. Que tal dar uma voltinha pelo Mercado do Bom Sucesso, Porto, e visitar a Fundação Manuel António da Mota onde está patente uma bela e diversificada exposição artística que abrange a pintura, escultura, cerâmica, fotografia, artes decorativas. Encontra por lá a minha Nábia que lhe dará as boas vindas!

Exposição patente até 29 de dezembro.

 

 

 

Reflexões

24.10.23, Olga Cardoso Pinto

IMG_8825.jpg

 

Quem, no sossego das pedras e no íntimo da natureza, jurou amores e refletiu na vida? Nas suas versões, nos dois lados dos amores e da vivência?

Tudo tem duas faces, duas versões - um real, terreno - outro, como um reflexo que se desvanece, incorpóreo.

A mente balança entre dois estados e a isso se chama imaginação, a mãe da criatividade, a luz que ilumina os dias reais. O reflexo idealizado que faz sentido para o criativo...

 

Foto: Ponte de Varziela - Castro Laboreiro

 

O azevinho já frutificou

17.10.23, Olga Cardoso Pinto

IMG_3460_1.jpg

 

 

"Vou contar-vos uma estória sem tempo nem lugar. Perdeu-se no novelo dos séculos o pormenor que fazia dela uma estória pessoal. O tempo pode tudo e não pode nada. Pode curar e transformar, mas esquece e basta o sopro de novas vidas para que se perca o rasto poeirento das lembranças. Mas a natureza lembra, mesmo a mais ínfima lembrança deixa-a a vogar no cosmos…
Tudo começou numa manhã de primavera.
Estamos dentro de uma casa, antiga, arrumada. O sol entra pela janela da fachada frontal. Os raios brincam no soalho de madeira, num jogo de esconde-esconde com as sombras e as partículas que cintilam flutuando no ar.
De costas para nós, uma mulher de meia-idade apoia-se na ombreira da porta. O cabelo já com algumas cãs que lhe enfeitam as madeixas doiradas, está preso displicentemente num carrapito. As suas vestes são longas, denotam os anos vividos e remendados pelas sedosas mãos pequenas. Ela acena pesadamente. A luz do exterior, daquele sol que entra no conforto caseiro, não nos deixa ver a quem acena. Alguém que parte? Alguém que chega?
Aproximemo-nos. Agora quase de ombro colado ao dela, vemo-lo! É um jovem que também acena. O rosto triste contorcido num esgar, num sorriso forçado para a mulher que o desprende de si, num cortar de ligações feito cordão umbilical que perdura. Vai fardado, transformado em valente guerreiro, revelado por uma arma a bandoleiro e o cinturão que lhe cinge a cintura, ajeitam-lhe o destino.
Ela traz nas alvas mãos um lenço bordado, certamente por si para o enxoval. Junto ao fino rendado do linho as iniciais S e M, devotamente bordadas e rematadas por pequenas e cândidas flores. Com o pequeno lenço acena e quando ele lhe atira um beijo e não resiste volta atrás para a beijar, ela enxuga as lágrimas, essas pérolas que tristemente nascem dos olhos cerúleos quase céu, quase mar, quase destino deste filho que parte.
O abraço com que se prendem, com que desenlaçam os seus destinos, sabe-lhes a breve e a dor funda como uma facada.
— Adeus, mãe… — desprende-se ele daqueles braços-ninho, contendo os soluços quase infantis e de olhos marejados de água.
A mãe, de jeito suave, guarda-lhe dentro da casaca, bem juntinho ao coração, o pequeno lenço de linho. Colhe um mendinho ramo do azevinheiro e prende-o à abotoadeira. Dá-lhe um beijo na face imberbe e sussurra-lhe:
— Deus te guarde, filho meu! Vai…e que o teu anjo da guarde te traga de volta para mim…
Afastemo-nos para lhes dar privacidade, embora tentados a ficar pelo perfume a alfazema que se evola daquele belo lenço!
No canteiro, junto à frondosa janela, desabrocharam as graciosas flores brancas do azevinho, como querendo testemunhar a triste partida, guardando para elas a memória de uma primavera triste onde os pássaros cantariam por obrigação, o sol brilharia envergonhado e todo o esplendor primaveril ficaria embaçado pela mágoa desta mãe.
As estações foram rolando. O ano foi passando num desfiar atormentado. A mãe nada sabia do filho – se chegara, qual o destino? Ferido, onde estava? Morto – Vivo? Morria ela pela ausência de notícias, pela solidão a que se entregara. Da sua bela boca, de lábios finos e torneados, só as orações se assomavam. Naquelas pequenas mãos talhadas para o delicado labor do bordado, só o rosário as afagava num desfiar contínuo e persistente.
“Morto não estás…sinto-o no meu peito, no meu espírito…, mas onde estás?” — repetia constantemente. Saber de mãe é forte e douto, pois trouxe dentro de si o ser ao qual a sua alma está costurada numa fina e resistente filigrana do mais puro ouro. Se algum destes finos fios for puxado, mãe e filho sentem como picados pela agulha que os costurou."

...

Excerto do conto de Natal "Um ramo de azevinho", por Olga Cardoso Pinto

Para continuar a ler, abrir aqui

O porquê da escolha do título "Um ramo de azevinho": o azevinho é por excelência o símbolo do Natal, mas indo mais aos primórdios da nossa história - o seu uso remonta ao paganismo celta, onde era usado como símbolo de imortalidade, devido ao facto das folhas persistirem durante todo o ano, mesmo durante o Inverno. 

"A guerra é um mal que desonra o género humano."
Fénelon (1651-1715) - escritor e teólogo francês.

 

 

Convite

13.10.23, Olga Cardoso Pinto

IMG_8712.jpeg 

Bom dia!

Hoje, pelas 15:30, gostaria de vos ver na inauguração de mais uma Exposição de Sócios da Cooperativa Árvore, se não em presença física, que o seja em chamada telefónica ou whatsapp. Estarei por lá e gostaria de vos mostrar em direto a minha obra "Nábia, de volta à água" e o espírito da exposição que este ano é especial, pois a Cooperativa cultural celebra orgulhosamente os seus 60 anos de existência! Uma bela idade, não? 
Conheça a Cooperativa Árvoreaqui

A exposição estará patente de 13/10 a 29/12, na Fundação Manuel António da Mota, no Mercado do Bom Sucesso, Porto.

Encontramo-nos lá?

Image-1.jpeg

💝

 

 

Fotos do meu álbum

06.10.23, Olga Cardoso Pinto
 
Ruralidades 
O tempo poisou sobre os campos, as serras, as casas e as hortas, esqueceu-se de avançar encantado com a beleza rural de tanto verde e céu.                                                                                         
                              

Gala dos Autores 2023

04.10.23, Olga Cardoso Pinto

 

Sábado, 30 de setembro, celebrou-se a palavra escrita, os autores, a criatividade e os livros na Gala dos Autores 2023 da editora Cordel d´Prata. Foi um evento pautado pela alegria, pelas emoções e pelos sonhos realizados. Parabéns aos autores galardoados e à Cordel d'Prata por conceder tantos desejos e fazer-se magia na vida de tantos autores.
Agradeço de coração a todos os leitores que votaram no Ministério das Criaturas Fantásticas, que fora selecionado pela editora para a categoria Escolha do Leitor. Não foi o vencedor, contudo foi eleito outro livro, também infantil, que certamente irão conhecer - Todos os Dias de Patrícia Neto.
Felicito, novamente, a vencedora do prémio para poesia – Susana Paiva, autora de Vesti-me de Vermelho. Partilhamos a mesma mesa, a mais divertida da gala, na companhia de outros bons autores (e respetivos acompanhantes), também eles nomeados na categoria de poesia e fantasia, o Pedro Albuquerque (Extratos Dramáticos), a Elisabete Pinho (Depois do Fim), o Nuno de Sousa (Irei sobre o Silêncio) e o André Marau (Lince) .
Podem conhecer os vencedores nas diversas categorias aqui.
Parabéns a todos, que a felicidade e o êxito façam sempre parte do vosso caminho.

 

 

Eu apoio