Eis o pisco-de-peito-ruivo! Adoro-os por serem lindos, bons cantores, expressivos e fotogénicos...e porque em tempos arranjei um amiguinho, no parque da cidade, que me permitiu observar de perto os seus afazeres.
A expressão é fundamental na arte e na palavra para comunicar sentimentos e ideias. Ter liberdade para o fazer sem magoar o outro, apenas dando-lhe um caminho para aprender, para conhecer outros mundos, outros ideais e visões, para comunicar.
Esta pintura expressiva, a óleo sobre tela pintada em 1994, ainda revela as cores do meu pensamento, do meu sentir e estar. Pode haver um deserto de imagem e de elementos, mas a luz e a cor sobre os elementos naturais capta-nos o olhar e o coração.
O que tu sentes quando a olhas?
"A arte é a autoexpressão lutando para ser absoluta." - Fernando Pessoa
Água! O nosso bem mais precioso. Não há no mundo riqueza maior que esta, água límpida, potável, para saciar a sede a todos, desde os humanos, passando pelos animais, plantas, culturas, uma infinidade de ecossistemas que dela dependem.
"Em 2024, o foco é colocado na Água enquanto instrumento para a Prosperidade e Paz. A UNESCO e a UNECE (Comissão Económica das Nações Unidas para a Europa) são as Agências das Nações Unidas que lideram esta celebração.
A gestão sustentável da água gera uma abundância de benefícios para indivíduos e comunidades, nos quais se incluem a saúde, alimentação e segurança energética, proteção contra desastres naturais, educação, melhoria do nível de vida e emprego, desenvolvimento económico e uma variedade de serviços dos ecossistemas.
Através destes benefícios a água conduz à prosperidade, e a partilha equitativa desses benefícios promove a paz. Quando se trata de água, partilhar é cuidar.
Em 2024, o Dia Mundial da Água pretende destacar os benefícios da gestão dos recursos hídricos enquanto instrumento para a paz, apresentando mecanismos e ferramentas eficazes na dinamização da cooperação e na prevenção de conflitos." - Comissão Nacional da Unesco.
Convido à leitura da Mensagem do Sr. Secretário Geral da ONU, António Guterres.
Foto: Cascata da Laja, Trilho da Preguiça - Parque Nacional Peneda Gerês.
Quando eu morrer quero ser Árvore Quero ser seiva a correr pelas minhas entranhas em direção ao coração do mundo Quero ser vida a ascender aos céus implorando-lhes que me vejam, que me sintam
Quando eu morrer quero ser Árvore Eterna De tronco forte erguendo-me e estendendo meus braços para que neles poisem as aves, façam os ninhos e cantem melodiosamente Para que as chuvas me inundem, dando-me de beber, lavando as minhas folhas e todo o meu ser Para que de mim nasçam os frutos da sabedoria que alimentam a humanidade e os animais
Quando eu morrer quero ser Árvore da Vida Ser essência, viver do ar, da água e da luz Ser doação, o ciclo da vida, o fluir da intemporalidade Agarrada à terra que me deu ser Quero ser imortal, sabedoria, fecunda e divindade!
Há umas semanas fui ao horto e fiquei encantada com este arranjo floral a receber-nos mesmo à porta, como dando as boas-vindas a quem entrava e à próxima Primavera. Como o senhor Inverno ainda por cá anda (e como foram frios, nevados e chuvosos estes últimos dias!), partilho esta fotografia cheia de cor e de graça, como só as flores o sabem fazer.
Sabem como gosto de pintar passarinhos e não é que este se deixou fotografar? Posou para me inspirar a uma próxima composição, depois lá foi ele, sem se afastar muito, e fomos cada um para seu lado. Eu, feliz, pela sua gentileza em me deixar captar em fotografia a delicadeza e beleza de tão singular criatura. Não sei o nome, mas é lindo!
Votos de bom fim de semana, parece que será com muita chuva.
Avelina foi crescendo em graça, simpatia e doçura. Era uma criança meiga e prestativa, desde tenra idade ajudava os pais adotivos, porém, sempre que podia escapulia-se para a floresta, para o seu meio natural e originário, onde passava horas junto da aveleira que engrandecia a cada ano que passava. Celeste e António adoravam a criança que lhes fora confiada, um milagre escondido dos vizinhos, somente dizendo que era uma parente que tinha ficado órfã e que lhes foi entregue devido à estreiteza de laços com a mãe. Mentira singela e que de muito tinha de verdade… Os dons de Avelina cedo se mostraram. Quando algum animal se magoava ou adoecia, ela prontamente os cuidava e curava em poucos dias. A horta e as floreiras ganhavam vigor e rapidamente germinavam mal a criança delas cuidasse. Os dias iniciavam-se sempre numa alegre cantoria, qual pássaro numa manhã soalheira. As mãos de toque quente e macio acariciavam, sem se cansarem, o rosto e os corações do idoso casal. Avelina crescia em delicadeza, carinho e beleza. Os seus olhos, em tons de verde e em forma de avelã, tudo viam num assombro pela Natureza e pelo mundo que ansiava conhecer. Os cabelos doirados escureceram um pouco e caiam-lhe pelas costas em ondulados semelhantes à casca do tronco da aveleira. Era delgada, mas de formas femininas que o tempo foi esculpindo até ser mulher. Celeste tinha um único pesar em relação à filha adotiva – não poder vê-la, apreciar como era bela! Como eram os traços do seu delicado rosto, os tons dos olhos e do cabelo, como lhe assentavam, por si feitos, os vestidos nessas formas de mulher jovem que ela também já fora. António inquietava-se pela formusura de Avelina que despertava atenções e paixões dos jovens da aldeia e arredores. Nos bailes e afazeres comunitários era o centro das atenções, deixando as outras moças perdidas de ciúmes e invejas. Celeste não lhe dava calor, no entanto, também receava pela jovem, inocente e doce sem pouco entender a maldade das pessoas. Avelina, já jovem-mulher, continuava as suas visitas diárias à floresta, à aveleira que a germinara, era ali que ela se sentia completa. Os idosos também o faziam, como há muitos anos, porém de mês a mês no inverno e quase semanalmente no verão. Era a rapariga quem cuidava com mais assiduidade da árvore, pois o casal já ia muito avançado na idade. Um certo dia invernoso, junto ao quente da lareira, bebericando uma caneca de infusão de tília, Avelina sentara-se com Celeste a dobar os fios de lã, quando surpreendeu a idosa com a inevitável pergunta: — Mãe Celeste, porque não tenho umbigo? Há muito que o reparei, mas só agora sinto a necessidade de lho perguntar. Celeste preparara-se desde cedo para esta questão, mesmo assim sentiu um frio a percorrer-lhe a espinha, receava que a moça ao saber a verdade se rebelaria e os quisesse deixar. A idosa colocou de parte as meadas de lã, agarrou nas mãos quentes e macias de Avelina e respondeu tão sinceramente quanto soube. António assomou à porta e deixou-se ficar a ouvir. A rapariga tinha um ar de espanto, os belos olhos arregalados e a boca semiaberta de assombro. Nunca se sentira diferente nem especial como Celeste lhe dizia, aquela vida era tão natural para ela. Poderia enamorar-se como as outras jovens? O que iria acontecer se ela quisesse ser mãe? Seria ela um ser humano? Como era possível ter nascido de uma árvore? Levantou-se de supetão, corada, os lábios cerrados num trejeito, as mãos crispadas. O mocho tombou e ela correu feita louca para a floresta, para a aveleira que pacientemente vivia na clareira, alheia ao turbilhão que agitava o coração e a alma de Avelina. Celeste procurou o refúgio do peito de António. O seu querido António! Ela temera aquele acontecimento, porém sabia-o ser inevitável. Ambos abraçados, choravam angustiados, receando não voltar a ver Avelina, a sua menina-milagre. À longa noite, gelada e invernosa, sucedera-se o dia, cinzento e triste como os corações de António e Celeste, pesados e chorosos pela sua querida Avelina. — Vamos procurar Avelina! — Ela está na floresta, António! — Como sabes? Poderá estar mal… a noite foi gelada… Celeste abraçou o marido e disse-lhe, sussurrando: — Ela está bem. Está com a mãe… deixa-a, há-de voltar! Esta noite sonhei com elas, juntas a partilharem memórias e sabedorias e pude ver como é Avelina! Oh, como é bonita, António! Parece uma fidalga, fina de trato e presença. Não admira todos se encantarem com ela…, no entanto é o seu ser, a sua alma dividida em gente e vegetal que a tornam especial. Passaram-se três dias e três noites. Avelina voltou vigorosa, madura e nada proferiu ao que se sucedera, apenas abraçou os seus pais adotivos e beijou-os longamente. Trazia um odor a húmus, a vegetação e a árvores, o odor das florestas ancestrais. Desde esse dia que a jovem era mais protetora e cuidadosa com António e Celeste, porém mais reservada, menos efusiva e ingénua.
Os anos iam passando. António e Celeste rondavam os oitenta e muitos anos, quando tudo se precipitou. Naquele dia, o vento enrolava nas cercanias, uivava feito lobo pelas frinchas das portas e das janelas, bufava ferozmente contorcendo-se pelo meio da vegetação, levando tudo pelo ar. Nada tinha peso nem impedimento para ele. Benziam-se as idosas, proferiam-se orações para afastar o demo que trazia o vento por ali. Lá longe, acumulavam-se os restos das podas, secas pelo sol quente quase de verão. A chuva andava arredia nesse outono. Tudo esperava seco pela volta da abençoada chuva. Na pressa das limpezas para vagar os terrenos para cultivo, acendeu-se uma incauta fogueira que foi a desgraça da floresta! O fogo avançou ligeiro, sem que houvesse impedimento, lambendo as árvores, provando-as indefesas e seguidamente devorando-as sem escrúpulos. A frondosa aveleira, já enfeitada pelos brincos de avelãs que despontavam jovens e viçosas, estava no caminho do endemoninhado fogo. Quando o lume zombador, avivado pelo vento degustou o corpo esguio da árvore, começou por devorar a sua pele grossa, mas sem defesas para impedir o monstro de a consumir. Crepitava a madeira num silvo como um grito horrível de uma garganta humana. A sua vida foi ceifada num repente, restando um corpo negro, hirto de cinza, dor e morte. Avelina correu para a clareira mal sentiu no seu peito esse grito florestal, pedindo por ajuda! Quando lá chegou atirou-se aos pés da aveleira que jazia fumegante sem nada poder fazer, apenas chorar até os olhos não verterem mais água, esse líquido essencial à vida e que apagaria aquele fogo indomável. Com a aveleira pereceram muitos animais, outras árvores de fruto e as anciãs da floresta, que tanto davam à aldeia e pela incúria por ela perderam a vida. O luto tomou conta da vida de António, Celeste e Avelina. Viviam por metade, sem alegria, sem ânimo, sem as vontades de outrora. Avelina vivia órfã, sem o consolo vegetal daquela mãe que lhe engendrou o ser, e Celeste e António sem a árvore bondosa que lhes concedeu uma filha para cuidar e amar, enchendo-lhes os dias da velhice de luz e calor. Os meses passaram, arrastando-se num entorpecimento sem fim. António padecia de uma dor inexplicável que o atirou para uma cama, depois perdeu a noção se si, da sua Celeste e de Avelina e, finalmente, do mundo. Partiu numa manhã de primavera ao som do primeiro canto dos melros na pereira do jardim. Encontrou o seu eterno descanso junto ao espólio da aveleira, partilhando o seu corpo com as raízes mortas da deusa mística da fertilidade e da reconciliação. Celeste perdeu o pouco brilho que ainda lhe restavam naquele azul dos seus olhos cegos e o corpo dobrava-se num ângulo que a impedia de ficar ereta, diminuindo-lhe o tamanho da já baixa estatura. Avelina entregou-se ao mudo cuidar da idosa, a dor consumia-lhe a alma humana e secava-lhe o espírito de árvore, tornava-se seca, definhava sem a aura vibrante que lhe iluminava o rosto e lhe dava graça ao corpo jovem, envelhecia a olhos vistos. — Leva-me para a floresta, Avelina. O meu tempo finda-se aqui, querida filha. Leva-me por favor! Ficas lá comigo, bem o sabes que deves fazê-lo. Quero-me finar junto do meu António... — Mas aqui é que tem conforto, mãe Celeste. Na floresta ficará exposta… — Não importa! Leva-me pela manhã, preciso de ir! No dia seguinte, Avelina com gentil cuidado ajudou Celeste a acomodar-se no burro e levou-a à floresta. A Natureza, na sua infinita renovação, já escondera a maldade que o fogo fizera, ocultara a morte, o cinzento das cinzas e já se viam rebentos de verde vivo a despontar aqui e ali. O cheiro da floresta fora alterado pelo incêndio, Celeste bem o sentiu, mas as árvores, os arbustos e as plantas redobravam os esforços para o disfarçar, com os seus odores frescos. Avelina, com ternura, envolveu Celeste na quente manta de lã fiada com os fios dobados naquele dia em que conhecera a sua origem. Sentou-se bem encostada à idosa para poder aquecê-la com o calor do seu corpo e, assim, adormeceram sob o sol envergonhado daquela primavera que surgia vagarosa. Quando Avelina despertou, tocou em Celeste, esta volveu os seus lindos olhos celestiais e sorriu-lhe. — Finalmente vejo-te, querida filha! Avelina irei amar-te sempre... — a idosa suspirou, ficando o sorriso impresso no rosto sulcado pelas rugas, pelos anos e pela vida. A rapariga ainda chamou pelo seu lindo nome, mas a idosa já partira. Avelina estava sozinha no mundo. Sepultara a mãe que a criara e agora, órfã de duas mães, deixou-se ficar junto ao toco que sobrara do tronco carbonizado da aveleira. Desejava também poder ir, desmaterializar-se, transformar-se, ser árvore. Sentindo uma infelicidade que o seu coração não conseguia suportar, deixou-se ficar por ali algum tempo. Depois, num belo dia verdadeiramente primaveril, após banhar-se no fresco ribeiro e deixar que as límpidas águas lhe lavassem a memória, qual Lethes, despiu-se e desprendeu os cabelos sedosos, sentou-se encostando-se ao tronco da falecida aveleira, enterrou os finos dedos das mãos no solo fértil e olhou para o céu. Sem noção do tempo, do fluir dos acontecimentos, inibiu a vontade de comer, de pensar, de querer, apenas sentia o solo sob o seu corpo inerte. Os olhos viam o céu numa sucessão de dias e de noites, viam as estrelas, os cometas, as aves, os raios de sol que a aqueciam, mas ela somente sentia o vento, a chuva, o sol e todos os elementos que lhe suportavam a respiração leve. Os dedos transformavam-se em raízes que se expandiam para o fundo solo ao encontro das raízes da sua mãe, depois foram os braços e as pernas afundando na terra escura, ramificando-se e fortalecendo-se nos despojos de António e de Celeste, agora unos para sempre. O esbelto corpo foi ganhando a robustez da madeira, os longos cabelos foram pontilhados de lindas folhas serrilhadas, redondas de feminilidade e, finalmente, o sangue foi dando lugar à seiva que aguardara aqueles anos para poder alimentar o novo corpo forte e maleável que cresceria ligeiro em direção à luz.
Hoje, na minha caminhada matinal, num dia lindo e luminoso de primavera, paro na clareira da frondosa floresta e contemplo a bela aveleira que se ergue na sua soberania florestal como uma deusa pagã, intemporal, reconciliadora, fértil e justiceira, aguardando pacientemente neste recanto mais resguardado da floresta por alguém que a toque e a acarinhe por uma vida inteira. Acerco-me dela e abraço-a, sinto o seu palpitar que vive nessa beleza eterna de ser a árvore mais mulher que jamais tinha sido vista. Na sua elegância de troncos esguios, nos arredondados e serrilhados das folhas, como bordados, nas flores delicadas e dispostas como um ramo de noiva e nos frutos que emergem do seu aconchego como brincos de dona rica!
FIM
🍃
Para ouvir, enquanto lê: Clannad - I Will Find You
O Mosteiro, as suas ruínas e ainda a persistente igreja existente de Santa Maria das Júnias, nos arredores de Pitões das Júnias, em Montalegre, Vila Real, com acesso pelo Parque Nacional Peneda-Gerês, é um lugar místico. Situado num vale estreito, longe de populações e da modernidade, desafia as eras e o passar do tempo.
Após uma caminhada não muito esforçada, mas que não é para todas as pernas, chegamos ao caminho empedrado que lhe dá acesso. Logo aí, preparamo-nos para o que nos aguarda mais à frente. A Natureza saúda-nos, dando-nos as boas-vindas para um local há muito construído por sábios arquitetos e mestres pedreiros, imbuídos de fé e vontade de construir. O lugar, para muitos, em reclusão; para eles, os seus habitantes, o isolamento como forma de libertação para o espírito, deslumbra-nos num encanto. Para aqueles, como eu, que gostam de caminhar em plena Natureza e contemplação, visitando e descobrindo locais onde podemos carregar energia e inspiração, este é um dos destinos a não perder. Mas convém saber a história do lugar, as origens e objetivos da sua existência para melhor o compreender...e preparar-se para a caminhada.
Este cenóbio foi construído no local onde já existia um antigo ermitério pré-românico, fundado no século IX. Os antigos eremitas procuravam locais que lhes permitisse o mais completo isolamento.
Desconhecemos o anterior nome, mas na era cristã tomou o nome, que atualmente tem, Santa Maria das Júnias, fundado por monges da Ordem de S. Bento, que posteriormente passou a seguir a Ordem de Cister, ambas dedicavam-se à agricultura, vinha e pastoreio. Esta foi a primeira comunidade de monges que dependia da pastorícia, facto que acentuou o seu carácter humilde e ascético.
Ao longo de vários séculos, as instalações sofreram algumas intervenções de restauro e obras. Contudo, a partir do séc.XVIII, principiou-se a sua decadência devido à falta de rendimentos e da entrada de novos monges. Já no séc.XIX, com a extinção das casas religiosas masculinas, o abandono efetivou-se, passando o último monge a ser pároco da aldeia de Pitões. No final do século XIX, um enorme incêndio levou à ruína quase total das dependências conventuais.
O Mosteiro de Santa Maria das Júnias encontra-se classificado como Monumento Nacional desde 1950.
Ainda está a cumprir funções, a pequena igreja granítica, testemunha de fé e resiliência humana. A 15 de agosto enche-se de enfeites e alegria para a romaria, tirando-a do silêncio em que vive mansamente na companhia das aves, da vegetação e do correr do ribeiro.
O convite a ficar em contemplação, ouvindo a Natureza e o silêncio do granito que impera na construção, leva-nos numa viagem histórica, emocional e pessoal, em introspeção e também na recuperação do fôlego pelo caminho e pela paisagem...