Construí um barco que me levaria num caminho líquido,
Deslumbrante, estável e seguro
Ninguém me disse que a viagem seria calma,
Pois o mar nem sempre é assim
Embarquei crente que a maré me levaria num embalo,
Porém a tormenta sempre espreita
Sopravam ventos favoráveis e o sol refletia um desejo
Viajava feliz e incauta no espelho das águas
Ribombou no céu a tormenta levando-me para longe
Fiquei perdida em alto-mar, sem rumo nem guia
E surgiste tu salvando-me da vaga, da profundidade da água
Envolveste-me num abraço como um salva-vidas
Resgatando-me para o alto, navegando pelos céus do mundo
Num balão soprado pelos ventos, acima das nuvens
Onde juntos vemos o mar, as marés e os astros que se acendem pela noitinha...