A nossa estrelinha no céu

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Quando se perde alguém que se partilhou durante vinte anos, a dor é indiscritível. Há um vazio que cresce avassaladoramente pelas horas dos dias. Cada divisão, cada lugar e objeto da casa, recordam que estiveste aqui, tão viva, tão presente como no primeiro dia que entraste na nossa vida. A vida foi-se desenrolando numa contagem de tempo, onde tu trazias a cor aos dias nublosos, onde tu eras o afago quente sem palavras humanas, porém de linguagem compreendida por nós.
Partiste, numa despedida anunciada, mas que nenhum de nós queria ouvir, por te amarmos tanto, tanto… Teve de ser, pois merecias o descanso, amar também é saber deixar ir.
Ficam as saudades, as lembranças em fotografias e filmagens que nos embargam a voz, ficam as recordações de dias bonitos e ternos dessa tua vivência pacífica, desse teu jeito peculiar de nos amares a cada um de forma diferente. Sim, sei que nos tinhas amor, demonstraste-o ao longo de tantos anos, mesmo no fim procuravas-nos, confirmando não estares sozinha.
Sei que estarás sempre junto de nós, mesmo que os olhos do rosto não te vejam, que as mãos não te sintam e no colo não nos peses. Sei que estarás sempre por casa, o lar que te acolheu, onde cresceste feliz e onde nos deste tanto. Sentir-te-ei no teu passo miudinho, na ténue sombra à janela, num miar doce ao fundo do corredor, nesse olhar amistoso que nos observa silenciosamente.
Serás sempre a minha menina, a princesa felina que nos abraçou a alma e, um dia com certeza, voltarei a encontrar-te num abraço atemporal onde não haverá dor, nem perda e muito menos saudade, apenas luz e plenitude.
Para sempre Cookie, até um dia…
9/4/2005- 28/10/2025
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