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A Cor da Escrita

Páginas onde a ilustração e o desenho mancham de cor as letras nascidas em prosa ou em verso!

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A Árvore Mãe

17.11.20, Olga Cardoso Pinto

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Uma árvore frondosa, de tronco largo sulcado pelo tempo, ergue-se vaidosa na sua idade no meio de um bosque. Cresceu forte e imponente rumo à luz e adentrando-se no solo, apesar de ter sido açoitada ao longo da sua vida por tempestades, pela seca e devastações. É um ser resistente e temerário. Das suas raízes germinaram rebentos que se fizeram árvores tenras, formando este bosque que se desenrola à sua volta. Estas árvores filhas, que à volta da sua mãe se erguem também elas para a luz, multiplicaram-se dando origem a mais rebentos frescos, inundando o fértil solo de veias que se entrelaçam numa infinidade de motivos intrincados, decididos a avançar pelo solo a conquistar o seu lugar na vida vegetal.
Quando na primavera as copas se enchem de folhas de um verde vibrante e de sombra, a antiga árvore estremece de felicidade e embala as aves que a adornam. A sua seiva carregada de emoção escorre e alimenta as árvores filhas que a circundam quase como num abraço florestal, pois sente que a vida escorre tal como a seiva dando continuidade ao seu legado. Todo o bosque cintila, à luz da manhã, em volta da pululante progenitora. Ela observa do alto da sua sabedoria todos os seus descendentes que se ramificam e que irão criar uma imensa floresta, assim como ela crescerá rumo ao sol, à luz, agarrando-se ao solo, alimentando-se da ancestral seiva continuando a entrelaçar as suas densas raízes.

 

Dedicado à minha querida Mãe que celebra hoje 86 anos

 

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