A Janela
A Janela
Desta janela vejo o tempo, a vida e o mundo
Vejo a noite que surge, aveludada e fria, a espraiar-se no horizonte
Pela cidade, as luzes enfeitam as sombras que vestem os edifícios
Calam-se as aves, o rumor das multidões, do trânsito incessante
Esses tons quentes do sol que se espreguiçou antes de se dissolver no mar
Metamorfosearam-se em violetas e rosas doces, breves…
Para deixarem que os céus se tinjam de negro, pintalgados de estrelas tremeluzentes
Astros mortos e que apesar disso ainda brilham, longe…
Dessa janela onde fica a minha alma alcandorada
Aguardo paciente que regresses, que me embales e cantes
Sobre o tempo, a vida e o mundo
Para que eu feche a janela e repouse, feliz!