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A Cor da Escrita

Páginas onde a ilustração e o desenho mancham de cor as letras nascidas em prosa ou em verso!

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Crónicas em Aguarela

07.11.22, Olga Cardoso Pinto

Registos em aguarela, mas também em textos e fotografias de locais por onde vagueia o corpo e o espírito.

Santiago de Compostela
Santiago de Compostela recebe-nos de braços abertos, num afago fraternal. Acolhe-nos em boas-vindas. O peregrino entra, assim, no acolhimento do Santo que o guiou até à Praça do Obradoiro, a antecâmara da catedral onde a oração, o recolhimento e talvez um círio aceso devotamente, receberá o agradecimento da boa chegada, em paz, e de espírito purificado.
A Catedral insinua-se e obriga-nos a elevar ao céu os olhos cheios de luz e de gente que anseia entrar.
Vai-se o olhar habituando à meia-luz do interior. O altar-mor de reluzente enfeite, capta-nos a atenção, deliciados com tanto para absorver. Cada um destes visitantes, vindos de tanto mundo, contempla, ora ou simplesmente senta-se num dos bancos deixando-se invadir pela superioridade do monumento e das sensações que são despertadas.
Eu, deambulei por todo o lado, mas deixei-me ficar na Capela do Peregrino, tentando descodificar o que aquelas paredes, aqueles dizeres pintados no estuque, me confidenciavam, qual a mensagem que toda aquela sala transmitia. Penso que a compreendi, no meu humilde entendimento da religião mas também da história. Tudo neste local é simbólico, não será também assim na vida?

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Lalín, Pontevedra - Galiza
Fogar de Breogan
Ao chegar, o canto das aves recebe-nos. Os odores campestres invadem-nos as narinas, algo desperta com a envolvência de toda aquela vegetação amansada que se mistura com a agreste, típica do lugar. Todas as sensações acordam – o som, o odor, as cores e o olhar paira sobre a arquitetura da estalagem.
Fogar de Breogan remete-nos para uma viagem no tempo, para tempos em que as hospedarias se abriam para os peregrinos e viajantes de toda a Península Ibérica.
A pedra impera, assim como a madeira e o aconhego campestre. Um retiro que invoca um passado medieval e, a meu ver, até um vislumbre céltico paira no ambiente. Não se resiste a uma panóplia de fotografias e inspirações. As minhas transformaram-se numa aguarela.

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outubro de 2022

 

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