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A Cor da Escrita

Páginas onde a ilustração e o desenho mancham de cor as letras nascidas em prosa ou em verso!

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O tempo das cerejas

13.06.22, Olga Cardoso Pinto

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E cá estamos novamente no tempo delas! No tempo das cerejas carnudas e doces que explodem na boca melhor que rebuçados. Estas são transmontanas e carinhosamente foram colhidas pelos meus sogros para serem desfrutadas uma a uma, fresquinhas, deliciosas e sumarentas, viciantes e retemperadoras para estes dias quentes de junho. Ao saboreá-las, fico grata à cerejeira que tão delicioso fruto nos dá e lembrei-me deste poema de Eugénio de Andrade, dedicado à cerejeira em flor que maravilhosos frutos produz se o tempo e o cuidar o permitir.

 

 

A uma cerejeira em flor


Acordar, ser na manhã de abril
a brancura desta cerejeira;
arder das folhas à raiz,
dar versos ou florir desta maneira.

Abrir os braços, acolher nos ramos
o vento, a luz, ou o quer que seja;
sentir o tempo, fibra a fibra,
a tecer o coração duma cereja.


Eugénio de Andrade,
As mãos e os frutos (1948)

 

 

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