Pelos Oscares, Valérias e Aylans
Oscar e Valéria. São os nomes que hoje vimos difundidos pela comunicação social. A imagem chocante dos corpos sem vida, afogados no rio que seria a corrente da mudança nas suas existências, seria o fluir das águas que os levaria para uma vida melhor!
Quantos Oscares e Valérias e Aylans perdem a vida nestas imensas vagas de refugiados e migrantes que deixam o seu lar, os seus países em busca de uma vida condigna, onde pais e filhos possam desfrutar de paz, saúde e prosperidade, as palavras atiradas em jeito de desejos por tantos de nós em cada ano novo que surge!
Nas águas do Mediterrâneo repousam os corpos sofridos, atormentados, dos que não conseguiram que as mãos e os corações os envolvessem num refúgio protetor.
São nomes, são imagens que condenamos, mas que se repetem diariamente! Até quando? Miguel Duarte quis fazer a diferença. Por ter integrado uma organização de resgate humanitário que operava no Mediterrâneo, foi acusado de auxílio à imigração ilegal pelo estado italiano. “Salvar vidas não pode ser um crime!” – afirma Miguel Duarte.
O mundo vive uma fratura que se agudiza cada vez mais, que o divide a meio, que expõem a medula da indiferença política, do desinteresse, da não resolução… infelizmente as imagens que condeno serem expostas, difundidas, sem privacidade pela morte, sacodem-nos numa revolta, no inconformismo de um rio bravo, num mar que se quer de esperança… porque qualquer um de nós pode vir a ser um migrante, um refugiado!
Foto: O artista italiano Lorenzo Quinn criou, para a cidade de Veneza, uma composição de esculturas de seis pares de braços gigantes que representam a amizade, a fé, a ajuda, o amor, a esperança e a sabedoria. As mãos unem-se de forma a simbolizar a superação das diferenças e construir um mundo melhor a partir da cidade das inúmeras pontes.