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A Cor da Escrita

Páginas onde a ilustração e o desenho mancham de cor as letras nascidas em prosa ou em verso!

Páginas onde a ilustração e o desenho mancham de cor as letras nascidas em prosa ou em verso!

Quase aí...

22.09.23, Olga Cardoso Pinto
  Quase aí o Outono. Vem com pezinhos de lã, abençoado pela chuva e brisa ligeira. Suavemente pintalga as folhas que restolham pelas bermas do caminho. Quase aí o Outono, sereno, esperando o aconchego do lar, do livro que repousa junto ao chá fumegante, da manta que se esgueira para o canto do sofá. Quase aí o Outono, de dias mingados de luz e de sol. Rico em almofadas de nuvens, que se vertem no correr dos dias ventosos e frios... Cai a chuva lá fora, tamborilando na vidraça (...)

Viagem emocional

18.09.23, Olga Cardoso Pinto
Uma longa estrada para uma viagem emocional, Só com marcações nas bermas para não haver desvios, De paisagem naturalmente encantandora,  Sem edifícios nem distrações escusadas, Só as belas das árvores, da vegetação e do céu... Quem quiser fazer a viagem, é só apanhar esta estrada e o passeio será por conta das emoções.      

Ruralidades

12.09.23, Olga Cardoso Pinto
  Ruralidades registadas por uma moça da cidade, que se encanta com tudo no campo...mas o verde! Ah, o verde. O mar de verde que se estende até se desvanecer na bruma. O verde das árvores antigas, das leiras, das hortas, dos jardins aprumados, da vinha que reluz ao sol... A luz no verde das serras é diferente. Há jogos de luz e sombra que brincam nas diferentes horas do dia. Até as ervas e as plantas mais comuns se enfeitam, para deixarem os lugares embelezados e resplandecentes. (...)

Boas memórias

21.08.23, Olga Cardoso Pinto
    Um momento que ficou congelado numa imagem. Memórias e sensações que perduram para sempre. Evocações de um dia que não volta e não se repetirá. Assim é a fotografia. Bela invenção que nos permite reviver bons momentos, belas memórias fixas num tempo que passou. As fotografias embalam docemente as boas memórias de um tempo que já vivemos. Gosto muito desta fotografia, retrata um dos caminhos que conduz à Praia de Cacela Velha, Algarve. Além de me trazer à lembrança (...)

O musgo e a pedra

07.08.23, Olga Cardoso Pinto
  O musgo de quem está parado. O musgo que cresce naquele que não sai do lugar, que não procura a mudança, que vive só em pousio do espírito e do estar. O musgo grela pausadamente, alonga-se como cabelos naqueles que se fazem pedra, duros que não se conseguem mexer. Para ali estão, quedos e mudos como a imponente rocha, roliça sem rolar, temerosa pela avalanche dos acontecimentos. O musgo cresce e invade cada superfície da pedra quieta. A ele também se agarram outros que (...)

Mistérios...

03.08.23, Olga Cardoso Pinto
  O casal acercou-se da árvore. Encostaram o peito, o rosto e as mãos nuas ao áspero tronco, sentiram, então, um estremecer leve que foi ganhando cada vez mais força num rufar ritmado. O corpo quente da árvore vibrava em sintonia com o bater dos seus corações. António e Celeste entreolharam-se e deram as mãos continuando a envolver a aveleira. A passarada agitada esvoaçava e chilreava amiúde, fazendo as copas lá em cima restolharem como se fossem rajadas de vento. Um som (...)

Por aqui o tempo é da Natureza

28.07.23, Olga Cardoso Pinto
    Por aqui o tempo abranda. O relógio não marca o passo, só conta o tempo da Natureza a estiolar-se pela brandura da paisagem, procurando a luz e a melodia das aves. Por aqui o verde é mais vivo, persistente e encantador, onde as árvores ancestrais elevam ao céu anil os braços da velha existência. Por aqui cada serra conta histórias de gente forte, de terra fértil, de água fresca, de animais soberbos, de bondade e alegria. Por aqui também há trabalho árduo, de tormentas (...)

Bucolismos

27.06.23, Olga Cardoso Pinto
Bucólica A vida é feita de nadas; De grandes serras paradas À espera de movimento; De searas onduladas Pelo vento; De casas de moradia Caiadas e com sinais De ninhos que outrora havia Nos beirais;   De poeira; De ver esta maravilha: Meu Pai a erguer uma videira Como uma Mãe que faz a trança à filha.   Miguel Torga, in Diário I de 1941 Foto: Mixões da Serra - Vila Verde - Braga