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A Cor da Escrita

Páginas onde a ilustração e o desenho mancham de cor as letras nascidas em prosa ou em verso!

Páginas onde a ilustração e o desenho mancham de cor as letras nascidas em prosa ou em verso!

Viagem emocional

Mosteiro de Santa Maria das Júnias

01.03.24, Olga Cardoso Pinto
  O Mosteiro, as suas ruínas e ainda a persistente igreja existente de Santa Maria das Júnias, nos arredores de Pitões das Júnias, em Montalegre, Vila Real, com acesso pelo Parque Nacional Peneda-Gerês, é um lugar místico. Situado num vale estreito, longe de populações e da modernidade, desafia as eras e o passar do tempo. Após uma caminhada não muito esforçada, mas que não é para todas as pernas, chegamos ao caminho empedrado que lhe dá acesso. Logo aí, preparamo-nos (...)

Antiguidades

11.01.24, Olga Cardoso Pinto
A Porta Encerras segredos por revelar Austera e fria descuras o tempo Que por ti teima em passar Nada revelas, implacável guardião Somente o musgo, o desgaste de eras Que patina a pele e o teu coração Guardiã de mistérios por revelar Encerrada ao mundo que gira Que circunda o sol sem nunca abrandar Ali estás, robusta presença, impenetrável Adornada outrora de brilhante cor Jazes hirta, resiliente, inigualável Carente de afeto, atenção e amor.     Foto: porta de acesso à (...)

Segredos

20.11.23, Olga Cardoso Pinto
  "Glória ia sendo lentamente seduzida pela vida singela deste mundo rural. Durante o dia, aos poucos, ia esquecendo as lembranças que à noite teimava em guardar e a revisitar vezes sem conta, com o intuito de não as olvidar, arreliava-se até por esquecer um ou outro pormenor da antiga casa, da antiga rua e da escola. Contudo, nunca saíra das redondezas sozinha. Naquela manhã saiu decidida, depois de avisar o pai que ia num pequeno passeio. Não o confessava, mas o irmão era o (...)

Leituras: Microconto

O lenço dos Namorados

03.11.23, Olga Cardoso Pinto
  O ritmado da mão e da agulha no passajar, hipnotizava-a, tornava-lhe a mente dormente, aturdida para os ruídos exteriores, do cacarejar das galinhas e do zurrar dos burros. O bordado ia nascendo daquelas mãos pequenas de dedos curtos e arredondados, como um parto sem dor, todo ele florido. No aconchego do alvo linho, a jovem semeava belas flores coloridas. Torneadas filigranas de fio e seda, enroscavam-se na bordadura daquele lenço que ganhava sentimento e alma. Ana bordava (...)

O azevinho já frutificou

17.10.23, Olga Cardoso Pinto
    "Vou contar-vos uma estória sem tempo nem lugar. Perdeu-se no novelo dos séculos o pormenor que fazia dela uma estória pessoal. O tempo pode tudo e não pode nada. Pode curar e transformar, mas esquece e basta o sopro de novas vidas para que se perca o rasto poeirento das lembranças. Mas a natureza lembra, mesmo a mais ínfima lembrança deixa-a a vogar no cosmos… Tudo começou numa manhã de primavera. Estamos dentro de uma casa, antiga, arrumada. O sol entra pela janela da (...)

Flores da ternura

01.09.23, Olga Cardoso Pinto
  Glicínias, as flores da ternura. De aroma envolvente e doce, aspeto delicado e cores maravilhosas, esta planta ornamental embeleza jardins e a vida de quem a cuida. As Glicínias, originárias da Ásia (China e Japão), têm um significado muito especial no Budismo - os seus finos ramos costumam ser colocados sobre a cabeça, em sinal de humildade, respeito e sinceridade. No Japão são símbolos de sucesso, longevidade e positividade. A flor da Glicínia, no simbologia das flores é (...)

Leituras de verão

09.08.23, Olga Cardoso Pinto
    "O verão revelou-se abrasador, dias quentes que consumiam as energias, o alimento e a água. O ribeiro ia ralo, aos poucos as ervas e as plantas morriam, deixando o campo manchado com o tom da seca. Os animais, as plantas e todos os seres gritavam por água! Então, o velho Freixo condoído pela dor dos amigos e de todos os seres, abriu a boca larga e cantou… a melodia envolveu o ar, redopiou e foi levada pela brisa até às nuvens. Como ordenadas e comandadas por uma forte (...)

Mistérios...

03.08.23, Olga Cardoso Pinto
  O casal acercou-se da árvore. Encostaram o peito, o rosto e as mãos nuas ao áspero tronco, sentiram, então, um estremecer leve que foi ganhando cada vez mais força num rufar ritmado. O corpo quente da árvore vibrava em sintonia com o bater dos seus corações. António e Celeste entreolharam-se e deram as mãos continuando a envolver a aveleira. A passarada agitada esvoaçava e chilreava amiúde, fazendo as copas lá em cima restolharem como se fossem rajadas de vento. Um som (...)

Por aqui o tempo é da Natureza

28.07.23, Olga Cardoso Pinto
    Por aqui o tempo abranda. O relógio não marca o passo, só conta o tempo da Natureza a estiolar-se pela brandura da paisagem, procurando a luz e a melodia das aves. Por aqui o verde é mais vivo, persistente e encantador, onde as árvores ancestrais elevam ao céu anil os braços da velha existência. Por aqui cada serra conta histórias de gente forte, de terra fértil, de água fresca, de animais soberbos, de bondade e alegria. Por aqui também há trabalho árduo, de tormentas (...)

Ilustrar a história

28.06.23, Olga Cardoso Pinto
"Nábia, a divindade das águas, a fonte da vida e do eterno retorno. Senhora do mundo aquático em permanente movimento, fluidez divina e natural onde tudo germina e se renova."   Nábia era a deusa dos rios e da água na mitologia galaica e lusitana, os nossos antepassados. O rio Navia, que nasce na Galiza, o rio Neiva, que corre por zonas de Braga (antiga capital da Galécia) e o rio Nabão que banha a cidade de Tomar, foram baptizados em sua homenagem. Nábia era especialmente (...)

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