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A Cor da Escrita

Páginas onde a ilustração e o desenho mancham de cor as letras nascidas em prosa ou em verso!

Páginas onde a ilustração e o desenho mancham de cor as letras nascidas em prosa ou em verso!

Há Poesia no ar

21.03.23, Olga Cardoso Pinto
   🤍 Há Poesia no ar. Esvoaça alegre por aí, em todos os recantos do mundo. As rimas colhem-se aos molhos, acabadas de brotar em campos imensos de palavras ditas e escritas. Os versos, atirados ao vento, são levados a rodopiar numa métrica primaveril, caindo aqui e ali em solo fértil e regado de poetas. Cada estrofe enche-se de cor, primeiro em botão e depois em flor. Abre-se para todos a escutarem e deliciarem-se com o doce das palavras. O ritmo, melodioso, é compassado e (...)

Ponte

14.03.23, Olga Cardoso Pinto
Entre mim e a vida há uma ponte partida Só os meus sonhos passam por ela... Às vezes na aragem vêm de outra margem Aromas a uma realidade bela; Mas só sonhando atravesso o brando Rio e me encontro a viver e a crer... Se olho bem, vejo — pobre do desejo! — Partida a ponte para Viver. E então memoro num choro Uma vida inteira que nunca tive Em que era inteira a ponte inteira E eu podia ir para onde se vive E então me invade uma saudade Dum misterioso passado meu Em que houvesse (...)

Homenagem a meu Pai

18.01.23, Olga Cardoso Pinto
    Coroada de casuarinas, Batida p'la brisa amena, Beijando a praia serena, De ondas de espuma fina Eis Luanda, a jovem morena.   Entre embondeiros dispersos Onde verdejam palmeiras, E se abraçam as piteiras, Eu te canto estes versos P'la voz das quitandeiras.   José Andrade Cardoso (1928 - 2015) Foto: Marginal de Luanda, nos anos 60   Em memória do meu querido Pai, angolano, nascido na cidade de Luanda. Partiu em 2015 levando as saudades da sua terra à qual nunca mais voltou. (...)

Canção do Mar

12.12.22, Olga Cardoso Pinto
    Há no mar uma canção Que me enche até à alma, Deixa-me a simulada ilusão De alegria, rejuvenescimento e calma Quando o mar canta seduzindo O espírito mais incauto e atormentado, De bravas estórias vai urdindo No ir além, num sonho embarcado Canta mar o meu desejo De ser gente assim feroz Traz-me quem foi nesse ensejo, Faz da minha a tua voz.     Foto: Praia do Norte - Nazaré  

Quem me espera no caminho

04.11.22, Olga Cardoso Pinto
  Quem me espera no caminho Quem me aguarda ao partir Sou andorinha de atavio Com saudade a emergir Fui longe. Sou perto Num deambular cauteloso Por trilho de jeito incerto De cume alto e rochoso Chegar não é destino certo Partir não é futuro também Tão depressa estou perto Como longamente o caminho vem.    

Outono ao entardecer

18.10.22, Olga Cardoso Pinto
NO ENTARDECER DA TERRA No entardecer da terra O sopro do longo Outono Amareleceu o chão. Um vago vento erra, Como um sonho mau num sono, Na lívida solidão. Soergue as folhas, e pousa As folhas, e volve, e revolve, E esvai-se inda outra vez. Mas a folha não repousa, E o vento lívido volve E expira na lividez. Eu já não sou quem era; O que eu sonhei, morri-o; E até do que hoje sou Amanhã direi, quem dera volver a sê-lo! ... Mais frio O vento vago voltou. Fernando Pessoa, in Poesias  

Benedita, cheia de graça

27.09.22, Olga Cardoso Pinto
  No rebate das estações que marcam o nosso tempo de vida Vejo-te assim tão doce, tão feliz e crescida Pudesse eu parar o tempo, fazendo-o assim flutuar Ter-te em meus braços para sempre e o relógio abrandar Como não tenho dom para o fazer Pois sou uma mera brisa que passa Ficam as palavras bordadas neste tom de escrever Com todo o meu amor para ti, Benedita cheia de graça.    

Sabedoria

19.09.22, Olga Cardoso Pinto
Sabedoria Desde que tudo me cansa, Comecei eu a viver. Comecei a viver sem esperança... E venha a morte quando Deus quiser. Dantes, ou muito ou pouco, Sempre esperara: Às vezes, tanto, que o meu sonho louco Voava das estrelas à mais rara; Outras, tão pouco, Que ninguém mais com tal se conformara. Hoje, é que nada espero. Para quê, esperar? Sei que já nada é meu senão se o não tiver; Se quero, é só enquanto apenas quero; Só de longe, e secreto, é que inda posso amar... E (...)

Havia um passarinho

24.08.22, Olga Cardoso Pinto
Havia um passarinho que encantava pelo cantar Trazia alegria e esperança a quem o queria escutar Melodiava todo o dia canções de felicidade Pela noite trauteava histórias plenas de idealidade Certa vez, houve alguém que o quis só para seu deleite Fechando-o numa redoma, cobrindo-a com dourado enfeite A ave canora que belamente trinava, ficou amorfa, silenciada De triste postura e sem alma pela liberdade privada Mirrou o cantar, morreram as histórias daquela voz magistral Fecharam- (...)

Fotos do meu álbum e do meu coração

18.08.22, Olga Cardoso Pinto
Um regalo de se ver                                    uma criança a andar                                                                        caminha para a vida                                                                                                             sem nunca hesitar...                                                             (...)